Thursday, January 11, 2007

porque não pode ser só brincadeira

- VERGÁSTA-MOS! Começou ela.
Elsalina agarrou no seu chicote empresarial, riu-se com prazer e ódio e colocou uma das suas botas de cabedal e salto alto em cima da mesa.
- QUERES? Perguntou. - ENTÃO FALA PARA MIM!
Com um salto bem ágil, pôs-se de pé na mesa envidraçada, permitindo ver uma bela mini-saia dominadora assente sobre um corpo delgado.
Imediatamente, e condicionado pela alusão a prazer desmedido ela levantou-se.
Mas conseguir era outra coisa. Estava completamente amarrada áquela sala. As mãos já apresentavam cortes profundos das cordas e os tornozelos estavam chacinados pelo metal frio da algemas.
- TU DESESPERAS-ME! - gritou ela com raiva.
Elsalina avançou a riscos largos e estancou uma bota um pouco antes do impacto.
- VAIS-ME CONTAR O QUE EU QUERO! - Disse ela. - E JÁ! Vociferou, caindo ruidosamente no chão.

Psicologia. Levar as pessoas a fazer o errado, porque julgam estar certos ou porque não têm outra saída. (NO EXIT GREEN SIGN).
Qual é a vossa linha de quebra? O que precisam para ceder? Dinheiro, sexo, violência, família?

Elsalina não passa de um mero instrumento organizacional usado para estorquir informação não solicitada. Porque nem tudo é brincadeira e uma gota de suor pode ser incriminatória do passar das 60 pulsações.

Monday, January 08, 2007

(click)

Kill the principal character!

Ouvi isso a primeira vez a alguns dias atrás. A ideia prende-se em matar a personagem principal de uma qualquer história. Assim, não se deixam pontas soltas, ou pelos menos evitam-se algumas, retiram-se as oportunidades de sequelas, ou limitam-se criações paralelas de outros autores (diferentes de sequelas).

E quando a personagem nos pertence? Quando ela faz parte do nosso ser, na qual depositámos esperanças, ideias, estados de espíritos?
Seremos nós meras existências de diferentes personagens que desempenhamos todos os dias? Fazes o que é suposto todos os dias?

Sim, porque se soubesses que algo iria acabar num espaço de tempo denominado por curto, irias agir de maneira completamente. Sabes que sim!
Despersonifica-te. Por isso,

Kill the character I say! Kill him! Para que amanhã não nos apareça nos sonhos.

E depois "in a button click", utilizarmos o poder divino da ressuscitação e tê-la de volta, para nós, sã e salva.


(Click)

Thursday, January 04, 2007

the story of zuca

Zuca saiu de casa. Antes de sair ainda se lembra de ver o seu reflexo a pedir-lhe para ficar. Os ténis arrastam alcatrão e não dão importância ao que fica para trás. Carro. Chave. Música.
Mas há algo não banal no meio disto. Eu notei que há qualquer coisa em Zuca que lhe diz que isto poderá ser bom.

(Tempo) (Invencibilidade)(Tempo)

Passam-se algumas curvas e a sua existência tornou-se numa peça de um puzzle de carros. É tudo tão automático, parece pensar. Eu vou de fora, a voar a alguns metros acima. Porque não me está a apetecer ir ali.

(Tempo)

Zuca chegou. Para e olha para trás. Aperta o casaco e entra com confiança em casa. Era para morrer hoje, mas alguém a salvou.

E fui-me embora.