Thursday, March 01, 2007

Puff

Puff.

E a barreira desapareceu. Tás do outro lado, é um portal entre àrvores, preso na imaginação.
Sentes o frio, sentes o vento e sentes a vontade impelativa para saltares para dentro. É um vortex que conflui para ti. Parte de uma origem, percorre estonteantemente os eixos e tende para a aproximação de uma realidade. Um plano definido por outro plano. Infinito, convergente e limitado pelo aproximar do tempo. Medido em segundos não contáveis, perdidos em momentos inexistentes e desfocados. É uma Acção à espera de uma Reacção.

Até pode ser mediatismo, até pode ser ilusão, mas as teclas debaixos dos dedos movem-se mais do que em qualquer outra situação. E isso não deixa de ser assustadoramente real.

Puff.

Segundos depois aparece, vindo de um lugar distante mas sempre presente. Imóvel, mas não estático, permanece ao alcance de um olhar. Coincidências, probabilidades, números em cima de números é que nos é oferecido por estarmos ali ou além. É nessas alturas que, se calhar, na nossa mais do que clara limitação para percebermos o que nos rodeia, que nos cai o sonho do concreto ao colo. O tempo não para, mas faz sentido. Os segundos não contáveis que já foram referidos, continuam intransigentes na sua labuta, mas alteram a forma de se apresentarem. De um momento para o outro, passam a ter nomes, passam de um abstração limitatória de justificação temporal, para lógica física e concreta do real. Tudo faz sentido! E principalmente nessas alturas, mais do que outras tantas, apercebemo-nos da incompreensabilidade da vida que o ser Humano leva. O stress, o consumismo desmedido, a impaciência, a violência, a agressividade desnecessária. Então e um bom dia com um sorriso? Até pode vir com um café! Para mim a culpa desta merda toda, é do dinheiro. Podiamos passar todos os dias a contemplar paisagens brutais que apenas fossem da natureza. Podiamos não massacrar animais e contaminar este planeta. Podiamos apenas estar durante os dias que quissésemos. Porque alguém, não quer perder a sua margem de lucro, apenas por isso. O que vamos fazer para mudar isto? O que fazemos todos os dias. NADA!

Por estes motivos, vou ter que ir trabalhar, porque preciso daquele incremento de bits, numa qualquer base de dados de um qualquer computador, para poder sonhar com aquilo que podia ter à já tantos anos. Paz e sossego.

Era para terminar o texto aqui. Mas não consigo. Como é que nós, sendo nos momentos que passam, o mais avançando da espécie Humana, não nos conseguimos aperceber do que fazemos?
Porque temos nós que lutar por algo como a paz e sossego? Por hoje chega de perguntas. Respostas, aparecem num dia qualquer que venha sem eu me aperceber.


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